Chuvas...
nuvens... bolas de sabão... espumas – a água reveste-se de formas indefinidas. Relacionar,
portanto, essa indefinição com gênero e sexualidades não é difícil; masculinidades
e feminilidades e as infinitas formas de se ter prazer navegam pela negação de rótulos,
de fixidez, de normatização, de normalização, de serialização, de classificação
embora, contraditoriamente, os muitos discursos insistem em mantê-los. A
proposta é encharcar-se da simbologia das espumas inspirando-se no quadro de
Alyssa Monks.
O
banho dessas crianças desafia pensar na articulação de imaginário, gênero e
sexualidade: o imaginário é como a água que se infiltra nas estruturas mais compactas
e rígidas – sociais, políticas, econômicas, culturais, históricas, pedagógicas
–deixando sua marca, que pode ser da mais discreta às mais penetrantes.
Essa
é a provocação para que na Educação para a Sexualidades e Gênero borbulhe leveza
e profundidade; ética e estética! Imprimir o imaginário nas letras das
sexualidades e das relações de gênero faz-nos inventariar seus recursos e, a partir
deles, debater, pensar, admirar, indignar, gozar com as possibilidades de
construir novas formas de ser em grupo mais respeitosas às diferenças – com ludicidade!
Como um banho com espumas de sabão! Esse tem sido o desafio para o GDE!
Cláudia Maria Ribeiro
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